Mal o dia
começou e eu já o terminei. O copo d'água propõe mais um pouco de insistência em
sua simplicidade nua. As ruas ficaram para trás e, com elas, lembranças do
menino que lia todos os cartazes por que passava, descobrindo um mundo novo
cheio de símbolos, vasto de expressões e enigmas a desvendar. Procuro um
trecho, uma porção não lida, perdida neles que eu não tenha lido. Ou estaria no
céu, próximo das estrelas ou entre elas, nos abismos desconhecidos? Mais um
gole. Quem sabe um café. Aquele do amigo que não me ofereceu. Talvez pelo medo
da escassez, ou mero descaso. Afinal tudo gira em torno de umbigos. Desisto.
Essa vereda é simplória e rasa. A música embala e salga a alma pelas percepções,
revitalizando e adormecendo ao mesmo tempo. Tempo que me resta até a próxima
tarefa urgente me chegar no email. Foco. Perdas para trás. Volto aos sinais e às
batalhas mentais para ir mais longe hoje.